Servidora da Prefeitura de Goiânia presa suspeita de desviar cerca de R$ 425 mil usou parte do dinheiro para contratar 'bruxa', diz polícia
05/08/2025
(Foto: Reprodução) Servidora pública é alvo de operação contra desvio de dinheiro na Prefeitura de Goiânia
Uma servidora pública de 48 anos, que foi presa nesta terça-feira (5), suspeita de desviar cerca de R$ 425 mil da Prefeitura de Goiânia, usou parte do dinheiro para contratar uma "bruxa", segundo o delegado responsável pelo caso, Leonardo Pires. A mulher atuava como gerente de execução financeira da Diretoria do Tesouro Municipal, na Secretaria da Fazenda. Após a investigação, ela teve o exercício do cargo suspenso.
“O dinheiro desviado das contas da Prefeitura foi usado em algumas ocasiões distintas. Primeiro, para o pagamento de faturas do cartão de crédito da própria servidora, pagamento para uma associação desportiva da cidade de Bela Vista, pagamento de boletos de uma farmácia que pertence a cunhada da servidora e para a contratação de serviços de bruxaria”, disse o investigador.
Em nota ao g1, a Prefeitura de Goiânia informou que a Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz) "identificou irregularidades no uso de verbas públicas, afastou a servidora envolvida e encaminhou à Controladoria-Geral do Município (CGM) todos os elementos e indícios apurados" (leia o pronunciamento completo ao final do texto).
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De acordo com o delegado, a "bruxa" foi presa em Rio Largo, Alagoas. Embora a investigada tenha divulgado nas redes sociais que prestava serviços de "bruxaria", a polícia irá apurar se esse trabalho não era de fachada. Uma terceira pessoa, que também recebia o dinheiro desviado, foi presa.
Os nomes das envolvidas não foram divulgados, por isso o g1 não conseguiu localizar as defesas até a última atualização desta reportagem.
Em nota, o Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRCGO), informou que a servidora é "suplente da Câmara de Fiscalização, Ética e Disciplina do CRCGO, cujo mandato se encerra no dia 31 de dezembro de 2025, onde atuou de forma institucional e não há registros de condutas que tenham afrontado as normas éticas ou compromissos regimentais".
O órgão frisou ainda que está atento às investigações e que adotará as medidas administrativas e ético-disciplinares cabíveis, caso seja necessário.
Além das prisões, a Polícia Civil cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Bela Vista de Goiás e em Rio Largo.
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Desvio de dinheiro
A servidora é a principal investigada da Operação Ritual do Desvio, por meio da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), via Grupo de Repressão a Roubos (Garra), com apoio da Polícia Civil de Alagoas.
De acordo com a investigação, os pagamentos ilícitos a partir da conta da prefeitura foram realizados a partir da inserção de dados falsos no sistema contábil. Conforme divulgado pela polícia, apenas em 2025, a servidora fez 14 pagamentos fraudulentos, que contabilizaram um desvio de aproximadamente R$ 425 mil.
A corporação determinou ainda outras medidas cautelares, além dos mandados de prisão e busca e apreensão, e bloqueou valores nas contas das investigadas.
Polícia Civil mandados de prisão e busca e apreensão em Goiás e Alagoas
Divulgação/Polícia Civil
Nota da Prefeitura de Goiânia
A atual gestão da Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz) esclarece que, assim que identificou irregularidades no uso de verbas públicas, afastou a servidora envolvida e encaminhou à Controladoria-Geral do Município (CGM) todos os elementos e indícios apurados.
Diante das irregularidades constatadas, a CGM e a Procuradoria-Geral do Município repassaram as informações à Polícia Civil, para que o órgão desse andamento à investigação, que resultou na operação deflagrada na manhã desta terça-feira (5/8).
A atual gestão da Prefeitura de Goiânia reforça seu compromisso com a transparência e o bem público, e segue à disposição para colaborar com as investigações.
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